O Festival Intermitente de Bandas do Sinestésicos, na sua primeira edição, de 13 de novembro de 2010, teve uma prévia meio tensa pela manhã: na passagem de som, fomos informados - organizaçãoe bandas - que o limite de tempo tinha diminuído e, depois de um mal-estar passageiro, acertamos "felizes" que tudo se encerraria às 17 horas e 15 minutos. A narrativa, em lances gerais, pode ser acompanhada abaixo, numa versão semi foto-novela.
À tarde, então, lá pelos meios das 13 horas, as bandas já começavam a chegar. Apresentações sumárias feitas, agradeceu-se sobretudo o Secretário Edgard Marmentini, que estava lá, entusiasta das causa da Cultura de Erechim. Tozzo, Rochina & Banda fizeram os ajustes finais e mandaram ver, lá por 14h15 min. Os caras fizeram exatamente o que prometeram: rock clássico da melhor qualidade, que animou aqueles que se atreveram a esquentar as cucas no sol. Rolou Neil Young e até Stones, passando por Doors e garantindo um começo promissor.
Tozzo, Rochinha & Banda |
Depois deles, os meninos do SOMA subiram ao palco. Vocalista irado e cheio de truques cênicos, acompanhado dos músicos muito jovens e também muito dispostos a fazer um som bacanovski, foram eles que se arriscaram à mais indie das apresentações - tocaram Franz Ferdinand (uma dos bons tempos) e até um MGMT, aquele som ainda retumbante de "Kids".
SOMA |
O negócio ficou mais autoral com a galera do One Love for Spencer, diretamente saídos do universo estético do 30 seconds from Mars. Bacana foi ver que os caras insistiram pra distorcer a guitarra, acertaram o som até o limite e, na hora do show, fãs em punho, atacaram com uma rebeldia e um certo ar de "conheçam a música que tocamos e ponto". Altos sons para altas expectativas.
One Love for Spencer |
Lá no meio de tudo, o sol dando uma trégua, o bando hard rock que atende por No driver subiu ao palco. Levaram consigo o maior público cativo da tarde e aceleraram o andamento do som: o vocalista já marcava a atitude mais rocker até aquele momento, o guitarrista acompanhava com o ríctus proício pra embalar o lance calcado em Motorhead e Ramones. Foi aquele momento rock n' roll sem complicações, cru e altamente inspirador.
No driver |
Finalmente, subiram ao palco o trio Southern Warfront, os "black metal" que marcariam seu lugar nesse Sinestésicos. O barato é que os caras aumentaram o volume, distorceram a voz, abusaram da rebeldia e, com os fãs mais ardorosos da Jayme Lago, deixaram a galera boquiaberta. Lá no meio, mandaram ver num cover do Sepultura e as cabeças balançavam, peremptórias. Tão elétricos, receberam até pedido de bis dos seus escudeiros e, assim meio que tomando conta da voz e de tudo, encerraram pacificamente e altissonantemente o Festival.
Narrativas do acontecido à parte, é preciso ratificar que foi o entusiasmo e cero ar de congregação - escutamos uma piada de Woodstock de Erechim - que fizeram a festa do sábado. Via-se as famílias das bandas, os roqueiros, as groupies, os transeuntes, os hyppies, os atletas, as crianças, os pais delas e até um grupo de escoteiro entre aqueles que assistiam aos shows. E tudo assim, realizado num esquema de grupo, cheio de complacências, paciências e atitude pós-tudo.
No frigir dos ovos, a sensação é de circulação de poder e de saber, de assunção da alteridade e de tentativa de recontar as coisas. Algo que, afinal, percorre os objetivos e os documentos do Sinestésicos.
Festival Intermitente de Bandas - Review do Ruído Rock
Festival Intermitente de Bandas - Review do Ruído Rock
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