Então, praça de cidade pequena é meio que igual, há sempre um ar de tradição, pátria e família. E em Erechim, essa cidade em processo, as coisas provavelmente pareceriam assim, um pouco arredias a qualquer movimento menos contraído, um pouco desconfiadas com ruídos e afins. O fato é que hoje, lá na Jayme Lago, praça da com ares de interior, rolou uma espécie de "profanação" -, pra ficar um pouco acadêmico, já que o Sinestésicos é esse programa de uma universidade federal, a UFFS, essa benfazeja.
"Profanação" é um conceito usado por Agamben, um italiano da pesada. Basicamente, é um movimento de tirar as coisas do sagrado. E a praça, hoje e debaixo do sol, assistiu a um festival. Na verdade, foi mais um esforço coletivo, que passou por cada uma das bandas que tocaram altissonantemente por lá - Tozzo, Rochinha & Banda, SOMA, One Love for Spencer, No driver e Southern Warfront -, pelo povo que passou pela praça e foi ficando, pelas quase-grupies, pelos entusiastas de cada gênero, pelos guris que colocaram o som, por nós, que mal sabíamos como organizar um dito "Festival de Bandas".
Subvertidos, vezenquando boquiabertos, um pouco atoleimados também, ouvimos aquilo que gostamos, o que não conhecíamos e o que foi surpreendentemente divertido de ouvir - e ver. E bacaníssimos, ficamos todos lá, batendo palmas e achando que era bom.
Assim, sem muita treta e sem muitas delonga, o Sinestésicos só queria agradecer, de São Pedro e o seu dia retumbante (heróico e bravo) à galera rock - e semi-rock, simpatizante, antipatizante, n.d. a. e tals. Que foi pra praça e se deu ao luxo de profanar o dia e fez do Festival Intemitente um evento discretamente altissonante.
Valeus!
Em tempo: formalmente, queríamos agradecer o Secretário Edgard Marmentini. Sem ele não haveria nem som nem festival.
Em tempo 2: amanhã postamos o material do evento, com fotos, comentários e tretas em geral.
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