Os amores terríveis

Voz à Depeche Mode, Matt Beninger inicia o álbum "High violet" (2010) com o seguinte verso: "É um amor terrível". Guitarra distorcendo e uma bateria marcadamente soturna, a faixa é o mote para o discurso de solidão e melancolia desse último trabalho da banda "The national".

"The National"

Nascidos nos Estados Unidos e com cinco discos já produzidos - destaque para o excelente "Boxer" (2007) -, os garotos do National resolveram escrever o libreto da melancolia.  Na faixa "Sorrow", singelamente confessam que "A tristeza me seguiu desde que eu era criança, me esperou e venceu", e dali por diante as letras permanecem na senda do lírico-soturno mais consistente desse ano. Isso sem contar a última faixa, a quase kafkiana "Vanderlyle cry baby cry", narrativa dos acossados de plantão com aqueles coros definitivos e os crescendos vertiginosos que são a marca desse cd.


A música ainda é rock: bateria intermitente e guitarras mais ou menos furiosas, mescladas à voz de Beninger, cujo timbre gélido poderia constar em qualquer álbum do Kraftwerk. Não é necessário dizer que o libreto tem uma produção tão rica que cada faixa merece audições intermináveis. E que, afinal, é música que fez a revista Uncut reverenciar o "The National" como a melhor do mundo.


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The National - Terrible love (live/acoustic)