Por Leonardo de Carvalho Prozczinski
O grupo australiano Cut Copy fez sua primeira grande aparição em 2004, no Reino Unido, com seu álbum Bright Like Neon Love, tendo o apoio de grandes nomes como Bloc Party e Franz Ferdinand. Na época, a ideia de mixar estilos indie, pop e uma batida forte com sintetizadores era relativamente nova. O som acabou agradando os hipsters da época, e trouxe ao grupo uma legião de fãs e, claro, cópias.
Porém, foi em 2008 que o negócio engrenou. Claramente influenciados pelo ritmo da dupla francesa Daft Punk, no lançamento do seu segundo álbum, In Ghost Colours, o Cut Copy mostrou qual era a sua praia: mixar rock alternativo com instrumentos eletrônicos. A mistura deu certo e faixas como Hearts on Fire e Lights and Music marcam o disco logo na primeira vez em que ouvimos, fixando-se em nossas cabeças.
Mas ainda faltava algo para a banda, que foi atrás de um baixista para a gravação do terceiro álbum, em Melbourne. Então, em 2011, o grupo produziu e lançou Zonoscope, um álbum que mantém o estilo musical pelo qual o Cut Copy ficou conhecido, mas que também serviu para marcar de vez o nome da banda na cena electro-pop mundial.
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Cut Copy na divulgação de Zonoscope |
Dessa vez não ouvimos apenas músicas bem construídas: o disco transcorre como uma faixa só, mesmo com as variações de ritmo presentes desde os sucessos mais pop, como em Need You Now (que por alguns momentos faz com que o vocalista Dan Whitford lembre o Bono, do U2) e Take Me Over, que abafa a euforia da primeira faixa, mas ao mesmo tempo transcorre em um ritmo suave e alegre. O ápice de Zonoscope aparece em Pharaos & Pyramids e Blink And You’ll Miss a Revolution, que poderiam muito bem ser apenas uma faixa, devido à singularidade representada pelas duas. O disco segue variando entre batidas house e suaves harmonias propiciadas por sintetizadores e finda com a faixa Sun God, uma procissão que segue por quinze minutos exibindo um interessante trabalho entre percussão, voz e, claro, sintetizadores.
Com tanto conteúdo, nada mais digno do que uma indicação ao Grammy. Zonoscope foi escolhido pela academia o segundo melhor álbum eletrônico de 2011, ficando atrás de Scary Monsters and Nice Sprites, do norte americano Skrillex. O inglês The Guardian observa que o uso de trechos conhecidos de outras bandas acaba por ser algo engraçado, mas nada digno de um processo por direitos autorais. Cut Copy não reinventa a roda, mas acrescenta variações ao longo da carreira, mantendo seus fãs e conquistando outros. O grupo segue ousando, evoluindo em etapas, como avisa na faixa cinco - "pisque e você perderá uma revolução."
Cut Copy - iTunes
Cut Copy - Facebook
O Álbum anterior era mais energético, marcante, mais espontâneo, " o som que a banda acertou" e marca sua vinda a história. Já este último, bom, ótimo, porém mais feito na pressão, apesar de fluir muito bem de uma música a outra, não sendo cru e sem base como o FM Belfast. Experimentaram e expandiram seus horizontes, se voltando a algo mais texturizado, que lembra um pouco de jean michel jarre e vangelis.
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