quinta-feira, 26 de abril de 2012

RUÍDOS E DISTORÇÕES (PWEEZ LEHMEE UHPGRAAAHHH)

Por Leonardo de Carvalho Prozczinski 

Se sozinhos o The Flaming Lips já surpreendem, o que poderia sair de um álbum em conjunto com os mais diversos artistas? A resposta está em “The Flaming Lips and Heady Fwends”, lançado no último dia 21 (Record Store Day). O disco reúne estrelas do pop e hip hop contemporâneos, do rock e eletrônico experimentais, figuras anarquistas da velha guarda e indies da nova geração, todos tragados para dentro do estranho universo comandado por Wayne Coyne. A Pitchfork ironiza dizendo “faltar apenas um remix de Pauly D para deixar completo”. 

The Flaming “Bubbles”

Diferente do último álbum, tido como uma versão esquizofrênica de Dark Side of The Moon, The Flaming Lips and Heady Fwends mantém os ruídos disformes do grupo carregados de vocais e distorções, o que parece impossível de se imaginar ao lado de nomes como Bon Iver, Neon Indian e Chris Martin. 

A faixa 2012 (You Must Be Upgraded), parceria com a “cantora” Ke$ha, abre a saga caótica, introduzindo os temas que irão se seguir: ficção científica e apocalipse global, a chave de ligação para todo o disco. Depois disso, ouve-se um majestoso conjunto de distorções de teclados eletrônicos e melancolia produzidas por Coyne e Bon Iver, em Ashes In The Air. I’m Working at NASA On Acid constrói um clímax de um minuto enérgico, frenético e descontrolado que depois decresce com uma vibe suave, tal como o lançamento de um ônibus espacial. I Don’t Want You to Die encerra monstruosamente o álbum: enquanto Chris Martin (do Coldplay) entoa os versos de John Lennon, “imagine there’s no heaven/ it’s easy if you try”, Wayne compõe a faixa com riffs simples e emocionantes de piano, terminando com Martin dizendo “eu amo o Flaming Lips”. 

O acúmulo de sensações é impressionante, sendo difícil de ser percebido e entendido à primeira audição. Talvez um dos brilhantismos do álbum seja que, ao final, parece ter sido captado em um espaço de tempo único, e não ao longo de um ano, como ocorreu. Outro fato que chama a atenção é que artistas de variados estilos compõem uma obra que acaba por não se assemelhar ao estilo de nenhum. 





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