Por Leonardo de Carvalho Prozczinski
O Grizzly Bear, banda do Brooklyn, lançou Shields, seu quarto álbum, em setembro.O disco surpreende mesmo aqueles que já piravam com seus precedentes Yellow House (2006) e o mais pop dentre os quatro, Veckatimest (2009).
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Shields inicia com Sleeping Ute, confrontando violões e uma bateria ácida em meio a tons pesados de teclado, o que faz com que a música pareça uma bela guerra de instrumentos, cada um onde deveria estar, finalizando calmamente com um vocal frágil e tons leves de violão. Em seguida entra Speak In Rounds, que traz a energia típica do Grizzly Bear, com batidas ritmadas e profundas, que em seguida recebem a companhia de um violão acústico.
“Yet Again”, talvez a melhor faixa do álbum, apresenta uma estrutura mais sólida, onde os efeitos são meros detalhes. Enquanto violão e bateria entonam melancolia, a leveza do baixo encaminha a faixa para um novo ambiente, tendo seu auge com o solo de guitarra ecoando ao fundo do refrão. “The Hunt” apresenta um tom obscuro e triste, parecendo ser embalada por pêndulos. Logo o clima muda, e a bateria de “A Simple Answer” já soa como um possível hit, com breves riffs e sintetizadores.
O Grizzly Bear finaliza Shields contrastando duas faixas: Half Gate e Sun In Your Eyes. Segundo Lindsay Zoladz, crítica musical da Pitchfork, "[...]o álbum reverbera com um senso de indecisão, com um soco final, onde a graça pungente de Half Gate dá lugar à épica magnificência de Sun In Your Eyes." Este par de fechamento demonstra a complexidade na construção do álbum, onde, apesar do formalismo, o grupo expõe seus anseios – algo como "pare e escute de perto" – que soam absurdos em um mundo agitado e impaciente.
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