Pela capa - a reprodução de um quadro de Bosch, o mais louco dos renascentistas - , não se mensura o que está por vir. "Fleet foxes" (algo como "grupo de raposas"), primeiro álbum da banda homônima, lançado em 2008 e ainda reluzente, faz juz derradeiro ao quadro que estampa: profuso, incômodo, doidivanas e um tanto soturno.
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Fleet Foxes |
Surpreendente, o grupo é de um folk absolutamente identificável: da indumentária aos violões, dos coros até a impostação de voz. Porém, não nos enganemos: as faixas aproximam o folk do mais elaborado rock alternativo. Impossível não se empolgar, como um campônio feliz, ao ouvir "White Winter Hymnal" e sua neve derretida em vermelho. Impossível não ser tocado com a "Tiger Mountain Peasent Song", em que o vocalista seu autonomina um "demônio", um qualquer que se perdeu. Impossível, ainda, não sorrir com a última faixa, "Oliver James", esse Oliver Twist das montanhas e da chuva.
Passados dois anos de seu lançamento, imediatamente aclamado por todas as revistas - o álbum esteve no top 10 do ano em inúmeras publicações -, "Fleet Foxes" continua irretocável no que é: música de meninos tristes-alegres que efetivamente fazem boas canções.
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Fleet Foxes - White Winter Hymnal (live at Glastonbury, 2009)
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