sábado, 17 de março de 2012

DRIVE E O "DOM" DE DIRIGIR

Por Andrei Vanin

Drive é um filme norte-americano lançado em 2011, com a direção de Nicolas Winding Refn. Com duração de 100 minutos, a película mistura drama e ação. O filme é uma adaptação feita por Hossein Amini do livro homônimo, escrito por James Sallis. Refn dá vida à trama com um elenco afinado: Ryan Gosling, interpretando o motorista/vingador, Carey Mulligan, interpretando Irene, a dona de casa e esposa de um ex-presidiário, e Bryan Cranston, que interpreta Shannon, o “chefe” e amigo de Gosling. 





Ryan Gosling vive o protagonista, um dublê de filmes e mecânico de dia, que à noite se “transforma” em um motorista “profissional” no mundo negro do crime. O “motorista” conhece sua vizinha Irene e eles começam a sair juntos. Contudo, algo dá errado e a vida de todos fica “em risco”. 

O filme rendeu ao diretor dinamarquês Nicola Winding Refn o prêmio de melhor direção no Cannes, 2011. Pra a AFP, na época da premiação, o diretor declarou que "desde criança vejo todo tipo de filmes, embora tenha uma fraqueza pelo cinema dos europeus em Hollywood. Sempre sonhei em viver o mito de Los Angeles e quando me propuseram a adaptação do livro de James Sallis sobre este piloto, que faz acrobacias para o cinema com seu carro e depois trabalha com ladrões, aceitei logo".

Imagem: Ryan Gosling em cena de Drive


Drive é um condensado de ações e uma narrativa “dramática”. As poucas palavras ditas pelo motorista – sem nome – ,Ryan Gosling, não deixam o filme com carência de movimento. O olhar solitário, melancólico e até encantador do ator dá vida a um personagem que não precisa de palavras para se transformar no “herói” do filme: suas ações falam por si, seja na delicadeza de brincar com uma criança ou na brutalidade de matar uma pessoa a chutes na frente de Irene. 

À primeira vista, a trama de Drive pode sugerir ao espectador uma impressão de que o filme não tem nada de revolucionário ou novo em relação ao que já se fez no cinema. Não obstante, no decorrer da narrativa nota-se a boa construção do filme, integrando uma montagem tensa a uma trilha sonora que ressalta os aspectos de obsessão que perpassam a história. Drive, do começo ao fim, "dirige" a audiência para o encontro de surpresas e ainda é capaz de mostrar como o gênero "ação" é passível de recortar influências e de criar bom cinema.


Nenhum comentário:

Postar um comentário