quarta-feira, 14 de março de 2012

O VIDEO GAME DEL REY

Por Yan Kaue Brasil (Arquitetura e Urbanismo)

A hiperbólica e estonteante Lana Del Rey causou comoção e expectativas mil ao lançar seu single Video Games no ano passado. Uma mistura de imagens pessoais com cenas aleatórias, expondo uma veia retrô, fez o clipe – produzido pela própria Lana- tornar-se hype no meio pop, como na revista britânica NME, que elegeu a menina descolada como a sexta mais cool de 2011. 



O falatório potencializou-se e Born to Die foi um dos álbuns mais esperados de 2012. Lana se esforçou, mas se perdeu nos inúmeros caminhos que tentou percorrer. O Saturday Night Live foi um deles; Del Rey desafinou e mal conseguia se mover no palco. A crítica negativa foi reflexo de uma interpretação que deixou a desejar. Lana Del Rey é teatro e Born To Die é a miscelânea do que já existe aliado a um rosto lindo, blasé, sessentista e falacioso. E nada acalma a crítica. A vulnerabilidade do seu álbum não o tornou distinto, como Lana Del Rey havia prometido, mas o tornou, no mínimo, polêmico. 

Entre letras melancólicas e uma voz marcante, quase arrastada, que se define em tons agudos e graves bem distintos, a moça expira qualidade não-visual. Carmem, Million Dollar Man e Blue Jeans exemplificam esse teor de talento, que compensa as letras frágeis que Lana escreve, explica o crítico Gabriel Picanço. Além disso, a confusão de ritmos se consolida com Dark Paradise e Diet Mtn Dew, com sua pegada radiofônica e Summertime Sadness, com uma pitada de pop orquestral. 

Lana Del Rey é essa porcelana frágil, fragmentada, que pode esvair-se a qualquer momento. Born to die é um mimetismo que saiu muito caro, principalmente para Elizabeth Grant, intérprete da moça com lábios carnudos, carregada de um estilo vintage e de uma produção enigmática.





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