quinta-feira, 12 de abril de 2012

A CURA, A RESSURREIÇÃO E OLD IDEAS

Por Yan Kaue Brail

Desde a década de 1950, Leonard Cohen andarilha com seus poemas e composições. Após alguns anos de dedicação aos poemas – além de duas publicações -, Cohen buscou a música como método eficaz de compartilhar suas entranhas. Logo, mudou-se para os EUA e lá conheceu Judy Collins – que gravou duas canções de sua autoria: Suzanne e Dress Rehearsal Rag– e John Hammond, produtor que descobriu Bob Dylan, Billie Holiday e que logo produziria seu primeiro álbum: Songs of Leonard Cohen




Desde então, Cohen cresceu, foi pro rehab – vulgo retiro budista –, voltou e agora reviveu com ideias novas, velhas e, sobretudo, cheias de Leonard Cohen. Após um recesso de oito anos, o seu novo álbum, Old Ideas (2012), mergulha nos seus 77 anos de poesia, temas religiosos, amorosos e obsessivos. A sua voz arrastada aliada à voz suave das irmãs Webb comove: o sussurro é tão audível quanto a sensação de preenchimento emocional.

O álbum abre com Going Home, uma sátira bem elaborada onde Leonard fala consigo mesmo, em terceira pessoa: “Amo conversar com Leonard/Ele é um esportista e um pastor de ovelhas/ Ele é um bastardo preguiçoso vivendo dentro de um paletó”. Considerado, ao lado de Bob Dylan, como um "mestre" da poesia cantada, Cohen alia suavidade a letras densas. Em Old Ideas, Come Healing e Show Me The Place são exemplos notórios do seu domínio com as palavras. A primeira discursa sobre a ideia de cura espiritual e física – “Venha à cura da razão/ Venha à cura do coração”; a segunda, “onde a sua voz torna-se tão fraca que quase cai em silêncio no meio de uma linha, é nada mais que sentimento”, como comenta Mike Powell, da Pitchfork.






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