quarta-feira, 26 de setembro de 2012

QUEM TEM GATO, CAÇA COM POWER


Por Yan Kaue Brasil 

Os seis anos que separam o último álbum autoral de Chan Marshall, The Greatest (2006), e o seu último álbum, Sun (2012), serviram de base para que a moça, conhecida como Cat Power, amadurecesse novas ideias: Chan abusou nos sintetizadores, compôs belas letras e mudou o visual. O álbum, de fato, não parece ter sido feito para os fãs de longa data. Porém, não deixa de ser uma obra sólida e original. 


Sun é visível – ou audivelmente – mais otimista que os outros trabalhos de Chan e isso fica claro logo nas primeiras faixas do álbum: Cherokee, a faixa-título e Ruin. Em seu novo disco, Power desenvolve seus sentimentos de uma forma menos dramática e, sobretudo, com uma ideia de autossuficiência - afinal, ela produziu, escreveu e tocou todos os instrumentos do disco. Além disso, o novo trabalho se desloca de uma esfera instrumental e parte para uma linha onde os sons eletrônicos e as cargas de eco norteiam as suas composições, o que cria uma tensão permeada pela voz sutil de Cat Power. A multifacetada 3,6,9 e a melancólica Real Life abusam desse novo princípio compositivo; Manhattan, sob o tom delicado do piano, é brilhante e densa. 

Ao final do seu trabalho, Power abusa de um experimentalismo progressivo, que se estende por dez minutos em Nothin But Time, com a participação de Iggy Pop. Nessa faixa, ela diz: “Eu vejo você, garoto, você tem o peso em sua mente/ Vejo que você está apenas tentando sobreviver/ Mas o mundo está apenas começando/ Eu sei que esta vida parece sem fim”. Mais tarde, ela canta em êxtase: “Eu quero viver!”, denunciando a necessidade de liberdade, que é evidente em Sun.



Cat Power - Facebook
Cat Power - iTunes
Cat Power - Official Website





Nenhum comentário:

Postar um comentário