segunda-feira, 24 de setembro de 2012

UM LUGAR NO MUNDO


A nona faixa do novo álbum do The Killers, Heart of a girl, traz um verso paradigmático: "Pai, toda vida quis encontrar  um lugar no mundo". Parece algo como um anúncio e uma preocupação premente. E é.

Os Killers

Lançado na semana passada, Battle Born (2012) alcançou o primeiro lugar nas paradas de boa parte da Europa e nos Estados Unidos  - segundo a Billboard, serão mais de 110 mil cópias vendidas só nos EUA, na semana de estreia. No entanto, mais do que o êxito, o novo trabalho da trupe de Brandon Flowers lança no ar o problema da relevância da banda, nesses inícios da nova década.

Produzido por Brendan O'Brien, com pequena participação de Stuart Price, Battle Born abusa de algo como uma fórmula, que fica clara no single de estreia, Runaways, e parece ter sido talhada em suas linhas finais em Day and Age, de 2009: há canções-narrativa, andamentos dramáticos, coros que precedem ou sucedem os vocais de Flowers.  

Tudo corre de maneira regular: a já citada Heart of a girl é a canção doce doce; a faixa-título, Battle Born, tem uma grandiloquência  antiquada & deliciosa, com direito a distorção de guitarras e letrinha de batalha - When they knock you down/ You're gonna get back on your feet.  Das baladas, é possível escolher entre a edulcorada Here with me ou a mais arrojada, Be Still. Mas é mesmo Miss Atomic Bomb, uma das poucas faixas produzidas por Price, que faz o álbum decolar e lembra os melhores tempos desses norte-americanos.

O saldo final da batalha do Killers é positivo. Porém, é difícil prever como sua sonoridade , marcada por certos ares dos inícios dos 00, poderá sobreviver no cadinho de bandas alternativas - de que eles, afinal, são um protótipo  - que a cada dia cresce e se multiplica, em todos os tipos de parada e para todos os gostos. É sobre esse lugar no mundo, de que fala Brandon Flowers em Heart of a girl, que parece tratar a melhor - e mais relevante - parte do novo álbum do Killers.



The Killers - iTunes
The Killers - Facebook

Um comentário:

  1. Belíssimo álbum. Diria que a experiência solo de Brandon com o disco Flamingo, trouxe muitas influências para Battle Born, perceptível em músicas como Deadlines and Commitments, Here With Me, The Way it Was... Mas para mim, uma das melhores faixas é a que abre o disco, Flesh and Bone.

    ResponderExcluir