sábado, 6 de outubro de 2012

CLÁSSICO NO ESPAÇO


Por Deloan Mattos Perini 

Livres da gravidade terrestre, o natural e o sintético, habilmente misturados, compõem a trilha sonora do novo filme de Ridley Scott, Prometheus (2012). No filme, o diretor volta ao mundo de Alien (1979) criando um épico de ficção científica onde a música transmite as mais diversas sensações e conduz o público aos confins de um dos lugares mais perigosos do universo. 

Cena de Prometheus

O compositor alemão Marc Streitenfeld, que já trabalhou com Ridley em filmes anteriores como A Good Year (2006), American Gangster (2007) e Robin Hood (2010), foi também o responsável pela trilha sonora de Prometheus, exceto por duas faixas complementares feitas por Harry Gregson Williams. Em sua infância, Marc teve suas primeiras influências em bandas inglesas de blues e rock e também em clássicos de Beethoven e Bach. 

A música erudita presente em Prometheus ganha um caráter bio mecânico, através dos sintetizadores que deformam os elementos da orquestra de tal maneira que às vezes se torna difícil distinguir um instrumento físico de um eletrônico. Esses efeitos criam uma atmosfera “alienígena”, que aproxima as pessoas do contexto cronológico da ficção (ano 2093), e geram um ambiente sonoro frequentemente desconfortável, estimulando diversas sensações, como por exemplo, na faixa A Planet, que provoca um ar de mistério e perigo, ou em Weyland, que carrega uma atmosfera sombria e inquietante. A música também tem o papel de sugerir determinados perfis aos personagens do filme. No caso específico de David, o esteta Ridley resgatou a música de Chopin para caracterizar o estilo único do personagem. 

Prometheus é o resultado de mais um bom trabalho entre Ridley Scott e Marc Streitenfeld. A cooperação entre roteiro e trilha sonora garante ao público uma experiência surpreendente. 


Prometheus - iTunes

Prometheus - IMDb


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