Por Yan Kaue Brasil
A canadense Claire Boucher lançou em fevereiro desse ano seu terceiro álbum de estúdio, Visions (2012), considerado pelo The New York Times como o melhor trabalho de Claire e um dos mais impressionantes álbuns do ano. Grimes – como Claire é conhecida – é uma criatura texturizada e grandiloquente – Sines gosta e, pós-greve, tem no cartaz.
Grimes no ensaio para Drome Magazine |
Visions é um álbum digressivo, que oscila entre uma doçura infantilizada e uma sensualidade abstrata. A faixa de abertura, Infinite Love Without Fulfillment (intro), é nebulosa. Com batidas ritmadas e uma infinita sobreposição de vozes (efeito que se repete durante todo o álbum), a faixa se distancia do que é apresentado posteriormente, no disco. O single Genesis vem ancorado em uma batida eletro-pop; o clipe – dirigido pela própria Claire – tem direito a japonismo e dancinhas, gritinhos e sussurros – além das bizarrices. Oblivion pode ser considerada uma faixa-complemento de Genesis: com sintetizadores em loop, a faixa é dançante & progressivamente experimental.
Em Circumambient, Grimes canta: “O baby eu não posso dizer/ que tudo está bem” enquanto uma batida sequencial se mistura com os sintetizadores e com os efeitos de crepitação. Em Vowels = space and time e Be a body, Grimes abusa de sua voz aguda e, em tempos, infantilizada, sobretudo na segunda, que ecoa como um pedido de volta. Em Skin, a penúltima faixa do disco, os sentidos são maximizados: há sentimento lancinante. Nessa faixa, Grimes traz serenidade aliada à sua música robotizada: um quase-etéreo que leva o álbum a outra esfera - “And you can’t, and you can’t see the weight in the heart”.
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