Por Mateus Moreno
O relato contemporâneo de um artista em decadência que renasce é o tema de Estrela Decadente (2012), o novo trabalho do estiloso Thiago Pethit, que não há muito tempo foi lançado e que se contrapõe em certa medida à obra anterior, Berlin, Texas (2010), tanto em tema quanto sonoridade.
Pethit, em foto de divulgação do álbum |
Com a direção musical e produção feita por Kassin, o álbum traz sonoridades de uma Nova York na era disco, e de Berlin dos anos 30. Relativamente independente e caro, teve a direção de arte de Pedro Inoue, designer brasileiro e diretor criativo da revista canadense AdBuster, e que acumula no currículo capas de álbuns de David Bowie e Jamie Cullum. Além disso, por seu nome estar ligado à cena paulista, o propósito da escolha de um produtor e de músicos cariocas foi se desligar da “turma paulista”, como diz ele em entrevista à jornalista Lorena Calabria: “Quando você é visto dentro de um balaio só, gera muita leitura errada. Te ignorar é melhor do que te confundir. Por isso, esse é um disco muito egocêntrico. É um jeito de grifar: não pertenço a lugar nenhum. Daí criei o meu próprio bando”.
Thiago toma a frente criativa e empresarial, e aparece ao lado de convidados como a pretty girl Mallu Magalhães, no dueto Perto do Fim, na qual trechos em inglês e português se entrelaçam sem arestas. Em Moon, a presença pianística surge como sua marca e se torna uma das músicas mais importantes do álbum. Outra faixa que rege o disco é Devil in Me, fazendo referências a Sympathy for the Devil, dos Stones.
Pethit vai além do esperado, afirmando sua competência no cenário musical brasileiro. A obra distancia-se da anterior, tendendo a traços de irregularidade. Porém, ao final de tudo, Estrela Decadente é uma nova fase sua carreira, um novo olhar e uma nova textura.
Thiago Pethit - iTunes
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