Por Leonardo de Carvalho Prozczinski
O Crystal Castles, duo canadense um tanto eletrônico e muito experimental formado por Alice Glass e Ethan Kath, lançou em novembro seu terceiro álbum de estúdio: (III) (2012). O disco apresenta uma clara mudança no estilo da dupla, que agora mergulha em ritmos mais lentos e reflexivos, foge da agressividade e exagero dos álbuns antecessores e apresenta vozes e beats muito mais orgânicos. Derren Loucaides, crítico da BBC, lembra que “(Alice) Glass sempre teve o estranho poder de provocar emoção, apesar da manipulação desumana de sua voz”.
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O álbum inicia com “Plague” e “Wrath of God”, que conciliam a dimensão acelerada e a estrutura marcante de Alice Glass, tendo seu ápice – nos dois casos – em um refrão brilhante de produção simples. Apesar de este ser o disco mais estático do Crystal Castles, aparecem elementos que destoam da característica marcante de (III): algum delírio desmesurado aparece em Insulin, fazendo lembrar as produções mais antigas da dupla; e a faixa de encerramento, Child I Will Hurt You, é algo-meio-que-dream e apresenta o que talvez venha a ser o caminho de Glass e Kath em um futuro mais próximo.
Em julho, Glass falou que “o mundo é uma distopia” e agora a Spin complementou que “esta é a sua trilha sonora”. Na nova era, o Crystal Castles amplifica as deformidades, buscando ser épico enquanto explora diversas texturas, densas e nebulosas. Cabe a cada ouvinte encontrar seu espaço de conforto em meio a este conturbado universo propiciado pelo brilhantismo ascendente do duo canadense.
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