sábado, 29 de setembro de 2012

SEM PRESSA

Por Leonardo de Carvalho Prozczinski 

Três anos separam o momento em que Crystalised – sucesso do primeiro álbum do The XX – fez com que o mundo conhecesse o, até então, quarteto Londrino de música eletrônica, até o lançamento de Coexist (2012), segundo álbum do grupo. Com arranjos suaves e profundos, o The XX é o inverso do que a cultura pop criou. Em meio a tanta “bagunça” e “frenetismo” da atual cena musical, o minimalismo do The XX traz o conforto sonoro que há tanto tempo os ouvidos precisam. 




Mantendo a ordem de seu debut, o grupo lançou, em setembro, o segundo álbum, Coexist. Assim como em seu antecessor, Coexist deixa claro, com seu ainda minimalismo, que no silêncio também se faz música. O álbum inicia com a calma e o diálogo de Angels, diferente da exuberância inaugural de Intro, primeira faixa do disco anterior. Por outro lado, Chained e seus frágeis diálogos trazem de volta a magia esperada de XX. Eis o ponto chave que marca Coexist: a fragilidade característica em todas as músicas, e exposta na delicadeza da combinação entre voz e teclado em Try

Reunion, por outro lado, traz pela primeira vez um clima cadenciado, com batidas ritmadas no seu último minuto. Com Sunset, o XX retoma a originalidade da house music, e que a fez tão interessante: sons graves e confortáveis, porém enérgicos, com vocais dramáticos ao estilo R&B. Mas, logo, a deslumbrante Missing remete o ouvinte novamente a um ambiente sombrio, quando Tides, talvez a mais aveludada faixa de Coexist, passa por inúmeras transformações, assim como parece estar acontecendo com o grupo. 

O álbum se encaminha para seu fim com Swept Away, que contém em si só tudo o que o XX já apresentou: tristeza, conforto, drama e, o mais importante, simplicidade. O XX, com a sua “beleza silenciosa”, parece mesmo saber o que está fazendo e para onde ir. Resta saber até que ponto o sucesso incontestável do grupo trará mudanças à cena musical que anda pra lá de confusa.



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