segunda-feira, 9 de abril de 2012

A SEPARAÇÃO E O "CRIME"

Por Andrei Vanin 

O filme A Separação, do diretor Asghar Fahardi, foi premiado com o Urso de Ouro, o Globo de Ouro e o Oscar - o primeiro por melhor filme, o segundo e o terceiro por melhor filme de língua estrangeira. Lançado em 2011, o drama tem uma duração de 123 minutos e narra a história da separação do casal iraniano: Nader (PeymanMoaadi) e Simin (Leila Hatami). Nader foi um marido que aceitou o divórcio, já que sua esposa, Simin, quis deixar o país, com o intuito de que sua filha Termeh (Sarina Farhadi) não crescesse no Irã. O marido, por sua vez, precisa ficar no país para cuidar de seu pai, um idoso que sofre de Alzheimer. Sem tempo para dedicar-se integralmente ao cuidado de seu pai, Nader contrata uma funcionária, que está grávida. 





Quando a funcionária, contratada para cuidar do pai de Nader, sofre um aborto - e Nader é responsabilizado pelo “crime”- , o filme toma corpo, mostrando a fragilidade e a desorganização do sistema jurídico do Irã, com o testemunho de pessoas que podem ser facilmente "direcionadas" (conforme poderes e resistências) e as complicações que Nader e sua filha começarão a ter. 



Assim como o primeiro filme do diretor Asghar Fahardi (Procurando Elly), A separação faz uma tentativa de mostrar os problemas iranianos de uma forma a não dar juízos absolutos ou assumir posições radicais, referentes à religião, costumes, leis. Ao invés disso, ele as deixa em aberto, ficando a cargo do espectador tirar conclusões - como no final de A Separação, o que garante menos "orientalismo" ao discurso fílmico. 

A Separação - IMDb

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