PALMA DE OURO E AMOUR

Por Andrei Vanin 

Na esperada noite francesa de domingo, 27 de maio, aconteceu a premiação do Festival de Cannes. Depois de uma semana de apresentações, discussões e análises, o grande premiado foi o filme Amour, do diretor Michael Haneke. O diretor já havia levado a Palma de ouro em 2009 com o filme A Fita Branca - que foi cartaz do Sines 2010. Haneke soma-se ao seleto grupo de diretores que foram premiados mais de uma vez em Cannes, como Alf Sjöberg, Francis Ford Coppola, Bille August, Emir Kusturica, Shohei Imamura e os irmãos Luc e Jean-Pierre Dardenne.

Amour é protagonizado por Jean-Louis Trintignant e Emmanuelle Riva (com aparição ainda de Isabelle Huppert) e retrata o drama de um casal que era cheio de amor e cumplicidade, tendo um relacionamento quase que perfeito, até o momento em que ela fica doente - os dois são octogenários. O filme foi filmado quase todo em um apartamento de Paris e retrata de forma sutil a dor e a morte. Na coletiva de imprensa em Cannes, Haneke afirmou que "quando se chega a uma certa idade, o sofrimento inevitavelmente te comove. É tudo o que queria mostrar, nada mais".

O Grande Prêmio do Júri, que considera a inovação e originalidade, ficou com o diretor italiano Matteo Garrone, que dirigiu o filme Reality. A melhor direção ficou com o mexicano Carlos Reygadas, por seu Post Tenebras Lux. Na categoria de melhor ator o premiado foi o dinamarquês Mads Mikkelsen, que protagonizou  o suposto pedófilo no filme The Hunt,  dirigido por seu compatriota Thomas Vinterberg (Dogma 95). Já na categoria de melhor atriz, as premiadas foram as romenas Cristina Flutur e Cosmina Stratan, que participaram do filme Beyond the Hills. O filme além de levar o prêmio de melhor atriz, levou também o prêmio argumento (melhor roteiro) para o diretor Cristian Mungiu. O Prêmio do Júri foi para o britânico Ken Loach,  com o filme The Angel’s Share.

A Palma de Ouro dos curtas-metragens ficou com L. Rezan Yesilbas, com o curta Sessiz-de deng (Silêncio). Por fim, a Câmera de Ouro ficou com o americano Beasts of the Southern Wild, de Benh Zeitlin. Cosmopolis, de David Cronenberg, e Na Estrada, do brasileiro Walter Salles, não foram premiados.